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- THE GREAT KAT FEATURE IN RIFFZ
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By
Fernando Souza Filho, Riffz
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Baú: para Great Kat, sexo é perda de tempo
July 29th, 2009 | Author: Fernando Souza Filho
Revirando o Baú, encontrei esta entrevista que fiz com a louquíssima
guitarrista The Great Kat, em dezembro de 1998, para a revista Rock
Brigade.
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The Great Kat
Talvez você nunca tenha ouvido nenhum CD da guitarrista americana Great
Kat, mas, com certeza, já ouviu falar dela. Marketeira assumida, Kat
costuma esbanjar declarações polêmicas e posar para fotos que deixariam
o próprio Larry Flint (aquele da Penthouse) ruborizado. No entanto, esse
marketing todo passaria despercebido se a moça não tivesse um talento
extraordinário. Formada pela conceituada Julliard School of Music, de
New York, Kat é exímia guitarrista, violinista e maestra. Sua
especialidade: transformar música erudita em metal. Seu veículo
principal: CD-ROMs e Internet.
A mais recente extravagância de Kat se chama Bloody Vivaldi, em que se
destaca uma versão para As Quatro Estações, de Vivaldi, tocada com uma
orquestra de câmara de verdade. “Foi destruidor!”, diz Great Kat para
nós. “Bloody Vivaldi é o primeiro CD que combina speed metal com uma
orquestra de câmara de verdade: violinos, violas, violoncelos e
contrabaixos duplos.”
Ela fala como foi essa gravação: “Primeiro, gravamos a bateria em MIDI,
acrescentamos bateria tradicional e eu gravei quatro guitarras
simultâneas. Depois, coloquei meus solos de violino, fraseados do 1º e
do 2º violino. Só então acrescentei violoncelo em MIDI, além do
contrabaixo duplo, também em MIDI.” A produção, os arranjos e a condução
de toda essa parafernália foram da própria Kat.
Além de Vivaldi, Kat também fez uma versão para A Fantasia de Carmem (sim,
é “aquela” ópera que você está pensando) do compositor espanhol Sarasate.
Mas a coisa mais esquisita é mesmo Torture Chamber, uma faixa que
transborda atmosfera sadomasoquista com gritos e sussurros de arrepiar.
“Essa é uma mini-ópera doentia que fará o mais psicótico masoquista sair
correndo de medo!”, diz ela.
Bloody Vivaldi também tem a mesma curta duração dos CDs anteriores da
guitarrista, Digital Beethoven On Cyberspeed (em que ela toca Paganini,
Bach e Wagner) e Guitar Goddess (Rossini e Sarasate). Não seria mais
prático lançar um álbum completo em vez de vários EPs com quatro, cinco
faixas? “Não! Acorde!!! Great Kat é a personificação do gênio musical,
uma espécie de messias da música”, diz ela, mandando a modéstia às favas.
“Esses CDs de curta duração são o futuro, em que tudo vai ser baseado na
informação rápida, imediata, velocíssima.”
Ela traduz toda essa velocidade em música, fazendo versões rockeiras
extremamente velozes de Beethoven Wagner, Paganini, Bach. “Eu pego a
música clássica pura, edito, reorquestro e as encurto, para que se
encaixem na mentalidade veloz do século 21. Essa é a única forma da
música clássica sobreviver ao futuro”, afirma, convicta.
“O futuro da música está na internet”
Além das músicas curtas, Kat acredita que a música não pode prescindir
da tecnologia para sobreviver. “O futuro da música está na internet e
nos computadores. Não há mais nenhuma razão para você ser um ignorante
em tecnologia se tudo que você precisa está nas pontas dos dedos.
Digital Beethoven On Cyberspeed, por exemplo, foi o primeiro CD-ROM
interativo de heavy metal e música clássica da história.
De fato, esse CD é fantástico e, além das faixas habituais, traz
joguinhos interativos (se você perde, Kat te xinga impiedosamente),
vídeos, a história (narrada pela própria Kat) de compositores clássicos
e, o mais interessante de todos, intrumentos em 3D.”
Sim, há vários instrumentos renderizados em 3D em que você pode ouvir os
sons originais deles. Para fazer esse trampo todo, Kat usou um Pentium.
Mas o CD-ROM foi todo finalizado em Macintosh pelo já famoso The Bureau
Of Electronic Publishing, de New York. Uma dica: para rodar esse CD-ROM,
certifique-se de estar com um computador potente, como um bom Pentium de
última geração ou a nave espacial Power Mac G3 (o iMac também roda muito
bem esse CD-ROM).
Todo esse papo tecnológico é muito interessante, mas será que ele é
realista? Afinal, 70% da humanidade sequer sabe o que é a internet. Não
haveria aí um perigo de a internet se tornar uma mídia elitista? “Não,
de jeito nenhum”, diz ela, enfática. “Milhões de pessoas pelo mundo
estão adquirindo computadores, pois eles estão cada vez mais baratos. O
planeta inteiro está se conectando à Internet. No próximo século, o
mundo inteiro vai estar interligado pela web. É bom todo mundo ir se
acostumando a isso!”
“Vou dominar machos chauvinistas obcecados pelo próprio pênis”
Mas, voltando às polêmicas opiniões de Kat sobre o futuro da música, sua
obsessão pela velocidade e pela música é tanta, que ela garante não ter
relações sexuais para não perder tempo. Pra ela, sexo é algo primitivo.
Então, por que diabos Kat só tira fotos de absoluto apelo sexual, em que
ela aparece sempre seminua ou com roupas sadomasoquistas? “Great Kat tem
que ser sexy e ser uma dominadora satânica, pois esse é o único modo que
vocês – machos chauvinistas obcecados pelo próprio pênis – conseguem
entender. Eu preciso chicotear vocês todos – seus mariquinhas – para que
fiquem submissos a mim e entendam minha genialidade clássico-metálica.
Todos têm que se ajoelhar e lamberem meus pés!”
Você acha que ela está fazendo tipo? Não, meu amigo, a mocinha aí
realmente acredita no que diz. Para entendê-la, é preciso conhecer o
trabalho dela. Só então você vai chegar à mesma conclusão que eu: se ela
não fosse tão talentosa, já estaria internada num hospício. Há muito
tempo!
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